Histórias da Carochinha que os Homens contam

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É chegado o Dia do Folclore e tudo o que o povo brasileiro mais gosta é ter uma história pra contar. Muitos podem dizer que essa forte herança cultural faz dos machos desse país grandes mentirosos, cascateiros, loroteiros, engabeladores, caôzeiros e um-sete-uns, mas o que os homens brasileiros curtem mesmo não é uma mentira com fundinho de verdade, e sim uma verdade com um gigantesco fundo mentiroso.

Se você não quer mais ouvir causos pra boi dormir e nem cair no conto do vigário fique atenta às cinco maiores histórias da carochinha contadas pelos homens desde os tempos em que o Fábio Junior era casado, era solteiro, era casado ... Ah, nem sei mais!

1. “Ih! Esqueci !”

A data do seu aniversário ou do aniversário de casamento, de colocar a aliança no dedo após lavar as mãos sujas de graxa, de ligar convidando a sogra para um almoço, de fazer a barba; de reservar o restaurante com antecedência, de abaixar a tampa do vaso sanitário ... São inúmeras as tarefas que convenientemente os homens se esquecem de executar. Digo isso porque quando se trata da escalação do Botafogo em 1974, incluindo os reservas, eles se lembram com clareza.

Se um dia seu esposo vier com cara de quem perdeu o filho no shopping, arreganhar os dentes, fechar um dos olhos e der um tapa na testa, saiba que a frase seguinte será “Esqueci !”. E acredite, isso não é totalmente mentira pois os homens possuem memória seletiva e ela simplesmente deleta os compromissos deixando espaço pra coisas infinitamente mais importantes como os últimos 24 vencedores do MMA ou o número do Certificado de Reservista.

2. “Isso nunca aconteceu !”

Essa é clássica! Tentar incutir culpa na mulher por um problema deles. Não estou falando apenas da questão sexual porque todo quebra-queixo tem seu dia de maria-mole, mas é que ás vezes o cartão de crédito não passa (porque não tem limite disponível, ora!) e ele age como se nunca tivesse passado por essa situação e, de fato, não deve ter passado, pelo menos não na sua presença e como o que os olhos não vêem, o coração não sente, você nunca saberá se o cara é um duro ou se você é que é azarada mesmo. De qualquer modo, se o cara é um duro, consequentemente você é uma baita de uma azarada (ou sortuda dependendo do ponto de vista).

Voltando à vaca fria, quando tudo der errado e ele disser que até então tudo dava certo, não se disponha a resolver o problema como se a culpada pela miséria na África fosse você. Aja naturalmente e espere para ver um homem desesperado se enforcar na própria corda.

3. “Isso nunca mais acontecerá !”

Se o cara chegou ao ponto de soltar essa frase é porque deu alguma merda. Se nada tivesse sido descoberto ele continuaria fazendo as mesmas coisas como se fosse um sorvete de creme coberto de razão.

Uma vez acreditando nessa lorota, você se tornará escrava do perdão e todas as vezes que flagrar o rapaz numa infração grave conseguirá no máximo aplicar uma multa, sem jamais ter moral para suspender o seu CNH (Certificado Nacional de Hominídeo).

Se você o ama e não consegue viver sem ele, releve o escorregão, mas se não consegue encarar o atestado de otária, certifique-se de que o erro de fato não acontecerá mais CORTANDO ... Calma, gente !!! Cortando as asinhas do cara.

4. “Quando bebo me transformo.”

Poderia se transformar no Reynaldo Gianechini só de cueca na sua cama e não no Shrek de ceroula roncando no sofá. A “transformação” é sempre pra pior, já repararam?

Com certeza todos já ouviram aquela velha máxima que prega que quando a bebida entra, a verdade sai, ou seja, seu namorado bêbado é apenas a versão oculta do que ele realmente é, uma espécie de Super-Homem às avessas.

Todas as vezes que o bofe encher a cara com a manguaça, dormir trêbado e acordar com cara de quem-sou-eu-onde-estou relembre a ele que lugar de xixi não é no guarda-roupa, que a sua irmã não se chama Angela Ro-rô e que não se deve chamar o cachorro de Jabulani.

5. “Eu nunca parei pra pensar nisso !”

Essa é a mentira mais deslavada da face da Terra.

Faça o seguinte teste (homens são os parentes mais próximos dos ratinhos de laboratório): pergunte a ele o que pensa sobre o derrière daquela vizinha novinha e durinha do apartamento em frente e observe os olhos do sujeito ziguezagueando tontos procurando uma resposta, com certeza ele dirá que nunca reparou. Experimente perguntar sobre seus fetiches e pasme ao saber que ele nunca, jamais, em hipótese alguma cogitou fazer um mènage a troi. Aí eu pergunto as minhas amigas leitoras, vocês acreditam no Curupira? No Saci-pererê? Não? E olha que eles nunca pagaram pra vacilar com vocês, hein!

Então, continua acreditando nas mentirinhas do amado por quê?

 

 

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